segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Só não aprendi o que é esquecer


Desaprendi! Desaprendi como é saber sentir-se importante. Desaprendi a cantar a mesma música durante todo o dia só porque me lembra alguém. Desaprendi a forma que as coisas têm quando se está apaixonado. Desaprendi a perder a conta no meio da noite por causa dos teus cabelos. Desaprendi a deixar de assistir TV pra te encontrar num sonho. Desaprendi a falar bobagens sinceras na frente do espelho. Desaprendi as cores que o mundo tinha ao te ver. Desaprendi a passar horas revendo fotos de nós dois. Desaprendi o caminho de casa. Desaprendi o gosto que você tinha quando olhava pra mim meio pretensiosa. Desaprendi o sabor do teu sorriso no meio do sossego. Desaprendi o brilho do teu olhar ao me chamar de “amor”.  Desaprendi a me ver fraco quando você chorava. Desaprendi a descontrolar as pernas ao estar ao teu lado. Desaprendi a graça das coisas que só você conseguia encontrar. Desaprendi o papel que escreveu a nossa história. Desaprendi todas as coisas que você achava importantes. Desaprendi a falar de você pra mim só pra não machucar. Desaprendi a acreditar nas pessoas que acreditavam em nós dois. Desaprendi o charme que você tinha ao brigar comigo. Desaprendi a beleza que existia nos teus olhos escuros. Desaprendi você. Só não aprendi o que é esquecer.
E chove. Não lá fora, mas aqui dentro. Chovem os olhos, de dentro para fora. Nunca achei que minha vida fosse ficar do jeito que está. Mentira, sempre achei sim. Pelo menos eu achei alguma coisa dela. Amar é uma propaganda de creme dental para clareamento: foi feita pra que todos acreditem que funciona. Agora, vai testar pra ver se funciona, vai!? Digo e repito: Não funciona.



1 comentários:

Anônimo disse...

Desaprender é fácil. O dífícil é absorver tudo o que vivemos e acreditamos. Filtrar a dor, medo e todo o fracasso de um amor e tirar só as coisas boas (praticamente impossível,né) Pois amar é ruim sim, dói, arde, sei lá, mas não amar é pior ainda. E a única coisa que nós não desaprendemos é Amar. Mesmo feridos. É só aparecer de novo aquela pessoa, aquela quase impossível, e fazer tudo dentro de nós tremer.

Abraço, Paulinho.
Saulo.

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